Com o 'tap to pay', CloudWalk vai matar as maquininhas?

Fintech que cresceu na "guerra das maquininhas" revela se a nova tecnologia significa o fim do capítulo no negócio

Na última semana, a Apple anunciou a chegada do ‘tap to pay’ no Brasil, recurso que permite aos comerciantes aceitar pagamentos por aproximação usando o iPhone e um app parceiro para iOS. Seria este um prelúdio para matar (filme de terror incrível, aliás, fica a dica) de vez as célebres maquininhas de cartão? Seria esse o fim da “guerra das maquininhas”?

Para o unicórnio CloudWalk, dona da InfinitePay e primeira fintech a ofertar o recurso no país, o fim das maquininhas é uma questão de tempo. Ainda assim, a tecnologia ‘tap to pay’ não significa o encerramento de um capítulo para a startup, garante Luis Silva, CEO da CloudWalk, em entrevista ao site Startups.

“O ‘tap to pay’ é a continuação natural de uma história de sucesso que está só no começo. Nossa ambição é nos tornarmos uma plataforma global de serviços financeiros. Em 2019, quando lançamos a InfinitePay, eu já dizia que a maquininha era uma tecnologia que estava em transição e iria sumir”, diz Luis. “Um exemplo que gosto de dar é o do streaming. O Netflix foi a empresa que definiu o modelo que acabou com DVDs e Blu-rays. É o que vamos viver agora com o ‘tap to pay’ e os pagamentos. Estamos entrando na era do ‘dinheiro por streaming’”, complementa.

O CEO ressalta que, em dois dias do lançamento do ‘tap to pay’ no iPhone, o aplicativo InfinitePay tornou-se o segundo mais baixado na AppleStore na categoria finanças. Inclusive, Luis reforça que a InfinitePay deixou há tempos de ser apenas uma maquininha. Hoje é uma plataforma de serviços financeiros voltados a micro, pequenos e médios negócios. Em um único aplicativo, oferece um banco digital (InfiniteBank), com serviços de crédito (InfiniteCash), cartões com cashback (InfiniteCard), gestão de cobrança (SuperCobra), entre outros serviços.

Crescimento “pé no chão”

Questionado se a empresa pretende se reposicionar como InfinitePay e não mais como CloudWalk, Luis reitera que a fintech não está em processo de rebranding, e sim no início de uma expansão global. “A CloudWalk é a ‘plataforma-mãe’, a holding, uma fintech brasileira que irá se expandir para outros mercados. A marca que os nossos clientes aqui no Brasil reconhecem é a InfinitePay. A ideia é que, a partir da nossa expansão, passemos a ter outras marcas dentro do chapéu da CloudWalk”, comenta, sem revelar qual será o primeiro mercado internacional.

Mesmo com tantos recursos em caixa – US$ 340 milhões levantados nas séries B e C realizadas há dois anos – a fintech segue uma trajetória de crescimento “pé no chão”, nas palavras de Luis. E isso tem rendido bons frutos. Além de não ter feito layoffs e atingir o breakeven no fim de 2022, a CloudWalk fechou o primeiro semestre de 2023 com lucro de R$ 64 milhões. A receita aumentou 56% ano contra ano, para R$ 729 milhões. 

“Modéstia à parte, acho que somos um bom exemplo para as empresas que estão voltando a captar agora com o reaquecimento do mercado. Hoje estamos bem capitalizados para seguir crescendo e construindo o caminho para uma eventual abertura de capital, que deve acontecer nos próximos anos”, conclui o CEO.

*Conteúdo publicado originalmente pelo portal parceiro Startups

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