Com nova marca, Primefy traz CTO da B3 como sócio e quer ir além dos pagamentos

A Primefy, fintech fundada pelo brasileiro Pablo Klein no Reino Unido, também vai entrar em iniciação de pagamentos este ano

A Preme Pay passou a se chamar Primefy no fim do ano, acaba de ingressar no mercado de remessas internacionais, está lançando novas funcionalidades e vai entrar em iniciação de pagamentos. A fintech fundada pelo brasileiro Pablo Klein no Reino Unido também acaba de trazer como sócio minoritário e board advisor Marcos Rodrigues, CTO da B3 e ex-diretor da Cielo.

Em entrevista exclusiva ao Finsiders, Pablo conta as novidades e diz que o objetivo da mudança de marca está ligado à ampliação da atuação da empresa. A ideia é deixar de ser vista como uma fintech de pagamentos para se tornar uma facilitadora de serviços financeiros que ajuda pessoas e empresas a venderem online. “Estamos nos tornando hub financeiro, com diversas integrações”, diz.

O primeiro movimento nessa direção foi o lançamento das remessas internacionais, um segmento bastante concorrido. “Fizemos parceria com 16 bancos, entre instituições tradicionais e bancos de câmbio, para oferecer uma operação mais barata aos clientes”, conta ele. O serviço facilita, por exemplo, o recebimento de recursos para startups que estão captando em dólar. “Damos todo o apoio jurídico ao longo do processo.”

Recentemente, a Primefy também passou a oferecer uma solução de pagamento em massa (“mass payout”), que permite, por exemplo, uma empresa norte-americana pagar de uma só vez 100 parceiros no Brasil. Além disso, a fintech lançou a emissão de notas fiscais conectada à solução de pagamento. “Temos integração com a maioria das prefeituras no Brasil. A empresa vende usando nossa solução de pagamento, já emite a nota e, com isso, consegue fazer a remessa internacional”, exemplifica.

Pablo Klein, fundador e CEO da Primefy. Foto: Divulgação
Pablo Klein, fundador e CEO da Primefy. Foto: Divulgação

O próximo passo agora é colocar para rodar a iniciação de pagamentos. A Primefy fechou uma parceria com a Finansystech, fintech especializada em conectar empresas ao mundo Open Finance, e já está em fase ‘beta’ da solução white-label com alguns clientes. A ideia é abrir para o mercado no primeiro trimestre deste ano, revela Pablo.

Atualmente com cerca de 1,2 mil clientes ativos no produto de pagamentos, seu carro-chefe, a Primefy atende empresas de diferentes tamanhos em segmentos como educação, SaaS, games, investimentos e até companhias de mídia e entretenimento. Na lista estão nomes como G4 Educação, Divi-hub, Captable, Loud, EQI e outros.

Em 2022, o faturamento da fintech cresceu aproximadamente 821% em relação ao ano anterior. Já o valor total processado (TPV, na sigla em inglês) foi multiplicado em quase 10x no mesmo intervalo de comparação. A expectativa é triplicar o resultado neste ano.

Segundo Pablo, o negócio tem crescido basicamente por meio do bom e velho “boca a boca”, ou seja, indicação dos atuais clientes. “Agora com a nova marca, estamos trabalhando em vídeos para divulgar casos de uso e também fechamos uma parceria com a V4 Company que está nos ajudando no ‘growth’ com mídia paga”, conta o CEO.

Na operacionalização do negócio, a Primefy tem alguns parceiros. Para rodar as operações de câmbio, por exemplo, possui acordo com o banco de câmbio Bexscomprado em 2021 pela Ebury, fintech do grupo Santander. Na infraestrutura financeira e de pagamentos, a Primefy utiliza soluções das fintechs de banking as a service (BaaS) Zoop e Bankly, além da empresa de antifraude ClearSale.

Fundada por Pablo em 2018, a Primefy tem sede em Manchester, no Reino Unido, e possui apoio do governo britânico. Desde o início, a fintech roda com capital próprio do empreendedor e com uma equipe enxuta, de menos de 20 pessoas.

“Nunca quisemos fazer rodadas de investimento. Mas planejamos captar entre o terceiro e quarto trimestre de 2023”, diz o fundador. O caminho provavelmente será via estrutura de dívida. “Captar no Reino Unido é mais barato.”

Competição

Com o crescimento das transações transfronteiriças (cross-border) e o avanço do e-commerce globalmente, não faltam concorrentes para a Primefy, e o fundador sabe disso.

Em remessas internacionais com foco em empresas tradicionais e startups, por exemplo, os competidores incluem nomes fortes como Remessa Online (comprada no fim de 2021 pelo Ebanx), Husky (recém-adquirida pela Nomad), Trace Finance, Kamino, entre outros. Já nas soluções de pagamento online, são diversos os concorrentes, incluindo players como iugu e Vindi.

Leia também:

Trace Finance amplia parcerias e se aproxima de R$ 2 bi em transações

BS2 amplia parceria com Abrão Filho e pode virar sócio da fintech de câmbio

Na Higlobe, uma assinatura ‘low cost’ para facilitar pagamentos de freelancers

Broad chega ao mercado para ajudar brasileiro a ter “vida internacional”