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A Dr.Cash, fintech que financia procedimentos médicos, odontológicos e oftalmológicos, acaba de contratar David Pacheco como CFO. A notícia foi divulgada com exclusividade ao Finsiders.
Com mais de 25 anos de experiência no setor, David foi diretor financeiro da Moip, adquirida pela Wirecard em 2016 — a operação brasileira dessa última foi comprada em 2020 pela PagSeguro.
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Por dez anos, entre 2007 e 2017, o executivo atuou no grupo Cielo, passando pelos cargos de gerente de gestão econômica sênior até CFO da Cateno. Antes da Moip, ele ainda foi superintendente no Safra e na Getnet.
Economista, com MBA em administração financeira pela Faap e extensão na IESE Business School em Barcelona, David se especializou em estruturação de novos negócios, processos e equipes e implementação de projetos de redução de custo e modelagem de preço.
David chega à Dr.Cash, depois de um período sabático entre março e dezembro do ano passado. “Os segmentos de fintech e healthtech são promissores no Brasil e muito pode ser feito para entregarmos a melhor experiência ao cliente”, diz o executivo, ao Finsiders.
A missão de David é estruturar todo o processo financeiro da fintech, num momento em que a empresa prepara uma nova rodada de captação e já financiou R$ 110 milhões para 40 mil pacientes.
Em agosto do ano passado, a Dr.Cash anunciou uma rodada seed de R$ 1,5 milhão, liderada pela Bossanova Investimentos e acompanhada pelo fundo japonês Incubate Fund, conforme noticiou o Finsiders na época.
Super app
Fundada em 2018 por Gabriel Meireles e Lucas Hamú, a startup oferece CDC (crédito direto ao consumidor), em um modelo B2B2C, ou seja, em parceria com clínicas — atualmente, são 4 mil cadastradas na base, incluindo nomes como OdontoCompany, Emagresee, Boston Medical Group, Botoclinic, entre outras.
Para a originação de crédito, a fintech tem parceria com o banco BV, que fica responsável também pelo funding das operações.
A visão da Dr.Cash é ser um ‘one-stop-shop’ de soluções financeiras para o mercado de saúde. O CDC foi o primeiro produto, e a ideia é ampliar o portfólio de soluções, dentro de um super app, que deve ser colocado na rua no segundo trimestre.
Medicamentos
Um primeiro movimento acaba de ocorrer com o lançamento de uma linha de crédito para financiar a compra de medicamentos de alto custo e insumos médicos.
A modalidade, cuja notícia de lançamento foi antecipada ao Finsiders, disponibiliza tíquetes entre R$ 1 mil e R$ 15 mil para pessoas físicas ou empresas, com opção de parcelamento em até 24 vezes. O crédito está relacionado ao ganho do cliente — que pode comprometer até 30% de sua renda com a prestação.
“Estamos apresentando soluções nas duas pontas, para o empresário e para o cliente, e contribuindo para a saúde da população, principalmente, com foco naquelas pessoas que precisam de terapia medicamentosa por um período mais prolongado, ou que o valor dos remédios ultrapasse o limite mensal de renda”, aponta Gabriel Meireles, cofundador da fintech, ao Finsiders.
Para as farmácias, o valor será repassado à vista, sem a necessidade de antecipação de parcelas, como é praxe em vendas de cartões de crédito. Para o cliente, é uma alternativa que permite pagar os medicamentos de alto custo em até 24 prestações, sem comprometer o limite de crédito do cartão.
As farmácias interessadas na solução devem fazer o credenciamento no site da startup, além de ter o CNPJ com registro ativo e CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) validado junto aos órgãos federais como farmácia, distribuidora ou laboratório.
Para os clientes PF, basta fazer o cadastramento na plataforma da Dr.Cash com documento válido em mãos. O site vai indicar os estabelecimentos credenciados.
O lançamento do novo produto ocorre num momento em que foi aprovado pelo governo federal reajuste de até 10,89% nos preços de mais de 10 mil medicamentos regulados.
Competição
O potencial do mercado de saúde vem atraindo diversas fintechs. Também pudera: apenas um quarto da população tem acesso a plano de saúde, conforme dados de janeiro divulgados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Outro motivo que ajuda a explicar o movimento é o avanço da tecnologia e da regulação no setor financeiro, que tem permitido a criação de plataformas de banking as a service (BaaS), ou seja, facilitando a construção de novas fintechs de nicho.
O iClinic, do grupo educacional Afya, colocou para rodar sua solução de pagamentos, o iClinic Pay, em setembro do ano passado, aproveitando a tecnologia da Medicinae Solutions, adquirida meses antes pela Afya.
Para 2022, a expectativa é acelerar a oferta de serviços financeiros, conforme contou Rafael Coda, líder da tribo de fintechs do iClinic, em entrevista ao Finsiders, em janeiro.
Com uma plataforma multibancos, a Axxes Saúde já bateu R$ 250 milhões em solicitações de crédito para financiar tratamentos e procedimentos médicos, odontológicos e oftalmológicos.
Em novembro, como você leu em primeira mão no Finsiders, a startup levantou R$ 1,6 milhão com investidores-anjos liderados pelo GV Angels, grupo formado por ex-alunos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com participação do Fundo Anjo, gerido pela Domo Invest, além do Distrito.
O nicho de fintechs em saúde conta, ainda, com nomes como hygia bank — que está com uma rodada aberta para levantar US$ 5 milhões, diz o CFO Renato Lamotte Jr., ao Finsiders –, Exmed (startup de Recife, que se prepara para chegar a São Paulo), entre outros.
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Redação: Conteúdos produzidos pela equipe de jornalistas do Finsiders, além de artigos de executivos do setor
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