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A Acelera Educacional, hub de soluções para o setor de educação, agora quer colocar velocidade em sua recém-lançada vertical de serviços financeiros para escolas. Chamada de Acelera Cash, a fintech está fazendo a largada com soluções de gestão do caixa, capital de giro e antecipação de recebíveis para instituições de ensino básico — num segundo momento, a ideia é atuar também no life long learning.
Depois de realizar pilotos com algumas escolas, a empresa acaba de estruturar um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) em parceria com a Sabia Capital, especializada em recebíveis, e com a Ouro Preto Investimentos, gestora com mais de R$ 7,5 bilhões sob seu guarda-chuva.
O fundo nasce com R$ 10 milhões e a expectativa é captar cerca de R$ 50 milhões até o fim do ano. “Temos a rede e o conhecimento do mercado de educação; a Sabia tem tecnologia e expertise na análise de crédito; e a Ouro Preto fica como responsável pela captação, trazendo os recursos financeiros”, diz Gabriel Rocha, cofundador da Acelera Cash, em entrevista exclusiva ao Finsiders.
As primeiras operações de crédito devem ser originadas nas próximas semanas, somando aproximadamente R$ 1 milhão em recursos para três escolas, informa o outro cofundador Diego Santos. Nestes primeiros meses de operação, a previsão é liberar cerca de R$ 70 milhões em crédito.
“Inicialmente, queremos limitar o valor de antecipação, por segurança nossa e também da escola”, diz.
Sem abrir a quantidade atual de escolas que já estão na carteira de clientes, a dupla diz que a meta é chegar a uma base com 20 a 50 escolas até dezembro.
Para alcançar um número maior de instituições, a Acelera Cash está firmando parcerias com sistemas de gestão empresarial (ERPs), marketplaces e consultorias educacionais. Dois acordos já estão fechados. “Só um deles tem uma base com mais de 7 mil escolas”, conta Diego, sem abrir nomes.
Track record
Não é de hoje que Gabriel, Diego e os outros dois cofundadores — Rafael Blota e Fábio Coelho — desbravam o setor de educação. Os quatro trabalharam juntos no Pravaler, inclusive quando ainda era chamado Ideal Invest. Depois, foram sócios na Quero Educação, de onde saíram no início do ano passado. Diego ainda teve uma passagem pelo Educbank como head de distribuição e parcerias B2B.
Juntos, eles montaram a Acelera Educacional, que começou operando polos de educação a distância para algumas instituições de ensino, entre elas, a Universidade Estácio de Sá. “Com o tempo, fomos desenvolvendo novos produtos e soluções”, conta Diego.
Hoje, além de gerir polos educacionais a distância, a empresa oferece soluções de tecnologia, como vestibular digital, plataforma de educação corporativa e também prepara para o ano que vem uma carteira digital com diferenciais como um cashback que poderá ser usado para pagamento das mensalidades.
“Começamos a olhar esse mercado e qual o diferencial que precisaríamos ter. Não adianta entrar para ser mais um”, complementa Gabriel. “Com um FIDC, também podemos antecipar recebíveis e dar capital de giro para as escolas que precisam organizar as contas, fazer expansão ou comprar outras escolas.”
Contexto
A Acelera Cash está num mercado que começa a ser disputado por fintechs como como Educbank — que acabou de levantar R$ 200 milhões — e Isaac, que captou US$ 125 milhões em novembro do ano passado com General Atlantic (GA), Softbank Latin America Fund e Kaszek.
Outro caso é a EducPay, cuja história foi contada em primeira mão pelo Finsiders. A proposta da novata, que tem como sócio o CEO da Trevisan Escolas de Negócios VanDyck Silveira, é ser um ‘one-stop-shop’ de serviços para o mercado de educação privada.
O avanço dessas empresas no ensino básico não é à toa. Oportunidade existe. O Brasil tinha, no ano passado, 178.370 escolas de educação básica, conforme o Censo Escolar, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Desse total, a maior fatia (77,3%) é formada por instituições públicas, entre redes municipais, estaduais e federais. O restante (22,7%) são escolas da rede privada. Em 2021, foram 8,1 milhões de matrículas nas instituições privadas, mas esse número chegou a ultrapassar 9 milhões em 2019.
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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.
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