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Bancos e fintechs precisam atuar para que o Drex beneficie toda a sociedade e não apenas o BC, dizem especialistas em evento da TQI

“Sempre falamos muito em inclusão financeira. Mas sempre que temos um regulador muito forte, tem-se que tomar cuidado para não haver uma ‘intrusão financeira'”. A provocação foi feita por Dorival Dourado Jr., conselheiro da TQI, em evento realizado pela empresa de tecnologia em São Paulo. A proposta do 1o. Fórum de Inovação – Drex foi debater os impactos da agenda de inovação do Banco Central.

“Precisamos trabalhar para que essas inovações levem realmente o benefício direto para a sociedade, não resolva simplesmente o problema do regulador, então entendo que temos que construir essa agenda junto às entidades envolvidas no processo”, acrescentou Dourado Jr.

“A forma como os bancos e as fintechs reagirem à criação do Drex, que eu espero que seja uma reação altruísta e positiva para beneficiar a sociedade, é o que terá poder de fazer com que o nível de intrusão financeira de um BC forte seja menor”, comentou João Bezerra Leite. O executivo também integra o conselho consultivo da TQI e acumula 35 anos de experiência em tecnologia, pagamentos e banking. “Não existe liberdade democrática sem inclusão financeira, e não existe inclusão financeira se não envolver inclusão digital”.

Os especialistas mediaram um painel com Carlos Augusto de Oliveira, diretor executivo da ABFintechs, e Larissa Moreira, coordenadora de crypto e CBDC (Central Bank Digital Currency) do Itaú Unibanco. Ela também é líder da squad de Negócios do GT CBDC na Febraban. Oliveira e Larissa apontaram a privacidade como desafio central na implantação do Real digital.

Desafio da privacidade

“Hoje no projeto piloto do Drex, um banco faz a transação para outro banco e todas as demais instituições têm acesso às informações. É como acontece naturalmente no ambiente transacional das criptomoedas. É preciso alterar esse aspecto, garantindo que não haja prejuízos na performance e provoque uma degradação da solução. Não temos ainda um sistema de blockchain capaz de rodar como o Pix, que tem tempo de resposta pequeno, pouco consumo de energia e latência baixa”, disse Oliveira.

“A privacidade é o desafio deste momento. Existem algumas soluções que estamos testando, mas que também geram questionamentos de como faremos para adaptar as características, regulações e requisitos de um ambiente regulado, estável e resiliente – como é o mercado financeiro hoje -, para uma tecnologia que é completamente antagônica em sua essência, descentralizada, com todo mundo tendo acesso a tudo”, acrescentou Larissa.

O evento

Fernando Zei, CEO da TQI, explicou que a ideia do evento foi promover uma conversa sobre os desdobramentos, potencialidades e consequências do lançamento da meoda digital brasileira. “O fórum é para compartilharmos os diversos assuntos que a TQI está acompanhando bem de perto, para gerar insights únicos”, afirmou.

Cristiano Oliveira, COO, acredita que o evento foi importante para informar o mercado quais são as principais novidades e desdobramentos sobre a primeira moeda digital oficial do Brasil. “Nos preocupamos muito com a inovação e queremos compartilhar com o mercado os insights e novidades que a TQI pode trazer para os diversos segmentos. A TQI atua fortemente no segmento financeiro e  está em constante mutação. Queremos ser ágeis em nos reinventar, o DREX é mais um momento de virada, e estamos saindo na frente.”, conclui.

Fundada em 1992, a TQI é uma empresa de tecnologia e inovação que atua como extensão dos clientes nas áreas de financeiro, telecom e atendimento, logística e transporte, conteúdo e serviços, saúde, agro & aviação. Seu objetivo é o de transformar o negócio dos clientes por meio de soluções em tecnologia e inovação. A matriz está na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, com filial em São Paulo (SP).

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