Endeavor capta fundo de US$ 15 milhões para negócios brasileiros

A expectativa é investir em 50 startups nos próximos três anos, com cheques de aproximadamente US$ 250 mil

A Endeavor, rede de empreendedores à frente das scale-ups de maior crescimento no mundo, acaba de concluir a captação do fundo Scale-Up Ventures II. O veículo de investimentos levantou US$ 15 milhões para apoiar as melhores empresas do portfólio da Endeavor no país, superando o objetivo inicial de US$ 12 milhões. O movimento marca também a chegada do novo diretor do Scale-Up Ventures, Gustavo Cruz.

Segundo o executivo, que fundou o aplicativo Livit e começou sua jornada no time da Endeavor há seis anos, o sucesso da captação foi motivado pela consistência à tese. “O Scale-Up Ventures é desenhado para investir nas scale-ups que mais crescem no Brasil. Fomos super fiéis a essa tese no fundo I, com um processo de dupla diligência sempre seguindo esse critério, embora com um olhar agnóstico para a indústria e o modelo de negócio. Quando se constrói um fundo fiel ao que foi proposto aos investidores, eles normalmente apostam mais uma vez no seu trabalho, e estamos vendo isso acontecer na prática”, afirma Gustavo, em conversa exclusiva com o site Startups.

O fundo II segue a mesma tese do anterior, investindo em empresas que passaram ou estão passando pelo programa Scale-Up e estão nos estágios seed e Série A. A diferença é o período de investimento, um pouco mais alongado desta vez. Os aportes do primeiro fundo ocorreram em dois anos. Já o segundo deve levar pelo menos três, podendo chegar a três anos e meio. A expectativa, assim, é investir em 50 startups, com cheques de US$ 250 mil cada, coinvestindo em rodadas de US$ 2 milhões a US$ 30 milhões em conjunto com outros fundos de venture capital.

Visão de mercado

“Nossa atuação nas startups é pequena e passiva, ou seja, sem participação direta na organização e gestão do negócio. A proposta é ajudar os founders com as entregas de apoio a empreendedores da Endeavor“, diz Gustavo. O executivo aponta o cheque da Endeavor como uma chancela para a startup, que conta com o apoio de um player com mais de 20 anos de credibilidade no ecossistema empreendedor.

Gustavo Cruz, diretor do Scale-Up Ventures da Endeavor
Gustavo Cruz, diretor do Scale-Up Ventures, da Endeavor (Foto: Divulgação)

Os investidores do Scale-Up Ventures são majoritariamente pessoas da rede Endeavor, incluindo empreendedores, embaixadores e mentores. O fundo II atraiu grandes investidores institucionais, por exemplo, Locaweb Ventures, Mago Capital e 051 Capital. Atualmente, o veículo possui oito investimentos aprovados. Desses, três já foram anunciados ao mercado. É o caso da Portão 3que anunciou uma rodada de R$ 19 milhões no início do ano; da Brandlovrs, que captou R$ 10 milhões em abril; e Parfin.

O fundo opera com foco exclusivo no Brasil, embora haja conversas para expandir essa atuação para a América Latina. “Estamos 100% com foco no Brasil, mas estudamos a possibilidade de, em algum momento, levar o Scale-Up Ventures para fora, pelo menos a nível regional”, diz Gustavo. Os investimentos globais da Endeavor são feitos pelo Endeavor Catalyst. Há pouco mais de 1 ano, aliás, o fundo concluiu a captação de US$ 292 milhões para apoiar as startups de empreendedores Endeavor nos mais de 40 mercados onde a rede está presente.

Perspectivas otimistas

“O período atípico do venture capital foi em 2021. Agora, voltamos para os padrões normais da indústria e vemos ótimas oportunidades no momento atual. Não digo que a fase difícil acabou. Acho que ainda teremos um período um pouco complexo nos próximos meses do ponto de vista de disponibilidade de capital no ecossistema. No entanto, as empresas já entenderam isso e se adequaram ao novo momento.”

Endeavor olha com perspectivas otimistas para a safra atual de startups e empreendedores brasileiros. “Estamos confiantes de que o Scale-Up Ventures II investirá em alguns dos melhores negócios da história do venture capital na última década. Estamos convivendo com empresas cada vez mais austeras em suas gestões e com termos mais adequados ao momento das companhias. Então, este deve ser um fundo com excelente retorno”, acrescenta o executivo.

À frente do Scale-Up Ventures, Gustavo explica que sua gestão está integralmente focada em transformar a rede em uma organização autossustentável por meio do retorno dos fundos de venture capital. “Nossa missão é ser um facilitador para os founders e, de fato, gerar valor no dia a dia das empresas. Queremos que o Scale-Up Ventures seja considerado o melhor fundo de VC do Brasil na visão de nossos investidores”, finaliza.

*Conteúdo publicado originalmente pelo portal parceiro Startups

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