Bossa Nova cria pool para investir R$ 5 milhões em fintechs

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Bossa Nova Investimentos, micro Venture Capital que investe em pre-seed, montou um grupo de investidores para aportar R$ 5 milhões em fintechs early-stage. A intenção é montar uma carteira com 10 negócios (podendo chegar a 20), que receberão cheques entre R$ 100 mil e R$ 500 mil cada, conta João Bezerra Leite, líder de investimentos da vertical fintech da Bossa Nova, em entrevista exclusiva à Finsiders.

Executivo com mais de 35 anos de experiência no setor financeiro e ex-CTO do Itaú Unibanco, de onde saiu no ano passado, Bezerra Leite juntou um time que inclui nomes como Marco Antunes, ex-CEO do banco BMG, Jackson Gomes, ex-CEO do Banco Original, Priscila Drebes, diretora da Lebes Financeira, e Rodolfo Froes, membro do conselho do Banco Fator.

São executivos veteranos não apenas no setor financeiro, mas também no empreendedorismo, diz Bezerra Leite.

“Não vamos selecionar qualquer fintech. Vamos escolher bem.”

Tese de investimento

O objetivo do grupo é fazer aportes pre-seed e seed em fintechs com modelos B2B ou B2B2C, com pelo menos uma ano de vida e negócio minimamente validado, com faturamento e clientes.

“Não investimos em Power Point. Se tiver já recebido aporte de anjo ou passado por aceleradora, melhor.”

Não há segmentos que chamem mais a atenção do pool. O grupo pode investir em fintechs de crédito, serviços digitais, backoffice, criptomoedas, banking as a service (BaaS), seguros, entre outras áreas. Mais detalhes aqui.

Segundo Bezerra Leite, as oportunidades são imensas no setor financeiro. Para o investidor, o avanço do open banking e pagamento instantâneo tem potencial de impulsionar ainda mais o cenário de fintechs no Brasil.

A primeira reunião do grupo de investidores será nesta semana. “Já devemos ter visto umas 20 empresas, e algumas delas vão para o comitê”, diz Bezerra Leite, sem abrir quantas fintechs devem ser as primeiras a receber um aporte do time de investidores da Bossa Nova.

Mercado em ebulição

Todos os centros financeiros, como Cingapura e Reino Unido, estão investido para virar hubs de fintechs, com incentivos a empreendedorismo, capital de risco, atração de talentos e atuação proativa do regulador, exemplifica Bezerra Leite. No Brasil, a cidade de São Paulo desponta como um ecossistema forte no setor, avalia ele.

“As fintechs não nascem para destruir bancos, mas para complementar o ecossistema.”

Além de liderar o grupo de investidores da Bossa Nova, Bezerra Leite integra o conselho de empresas como a Surf Group, a Pegasystems, a americana DrumWave e o banco digital peruano B89.

No último ano, o executivo percorreu os ambientes de inovação e empreendedorismo de Israel, Portugal, Estônia e China. Diz ter ficado assustado com o avanço de serviços financeiros no país asiático. “A China está cinco anos à frente da gente.”