Os planos da a55 com o novo aporte

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Na primeira edição da Finsiders, em 16 de junho, destacamos o investimento de US$ 5 milhões recebido pela a55, em rodada liderada pelo Santander InnoVentures, fundo de Venture Capital do Santander, que passou a se chamar Mouro Capital recentemente.

Agora, três meses depois, a fintech de crédito para empresas com receita recorrente, fundada por André Wetter e Hugo Mathecowistch, acaba de levantar US$ 2 milhões em um aporte feito pela empresa de investimentos E3 Negócios por meio do seu fundo ZFM.

Com o dinheiro, a startup planeja escalar a operação e melhorar a experiência dos usuários na plataforma, desenvolvida com o recurso recebido do Mouro Capital em maio. “Fizemos um produto novo para o segmento de e-commerce e marketplace, e estamos rodando o piloto”, conta André Wetter, cofundador da a55, em entrevista exclusiva à Finsiders.

André Wetter, cofundador da a55 (Crédito: Divulgação)
André Wetter, cofundador da a55 (Crédito: Divulgação)

A fintech começou originando crédito a partir de R$ 500 mil, mas nos últimos meses reduziu os tíquetes e hoje libera linhas a partir de R$ 30 mil, podendo chegar a R$ 5 milhões. O foco são pequenas e médias empresas, com receita recorrente, de diferentes setores, que precisam de capital de giro. Hoje, são mais de 400 clientes cadastrados na plataforma, entre eles, Exact Sales, Ahgora e Rock Content.

Na plataforma da a55, as empresas têm acesso a serviços como consolidação das contas bancárias e insights sobre suas operações a partir dos dados bancários, faturas e outros. São essas informações, analisadas por algoritmos, que permitem à fintech montar uma oferta de crédito mais assertiva para cada empresa.

“Conseguimos prever a necessidade de capital de giro, seja para crescer o negócio, seja para investir em mais marketing, no momento em que a empresa precisa.”

O funding das operações de crédito vem do FIDC “Fundo de investimentos em Direitos Creditórios Empírica a55 SaaS”, gerido pela Empírica Investimentos, e também de emissões de debêntures por meio de uma securitizadora própria, a a55 Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros S.A.

A a55 opera hoje como correspondente bancário da Socinal e da BMP Money Plus, mas tem intenção de montar uma SCD no futuro, o que depende de metas internas de desembolsos, diz Wetter.

Com disponibilidade de funding de US$ 40 milhões, a fintech fez mais de 350 operações, que totalizam mais de R$ 100 milhões no Brasil e US$ 7 milhões no México, onde desembarcou no ano passado.

Até o fim do ano, a expectativa é chegar a uma carteira de crédito de pouco mais de R$ 150 milhões no Brasil, conta o empreendedor. Para a operação mexicana, a ideia é dobrar a carteira. No país, a fintech tem ampliado as parcerias e também a conexão com bases de dados governamentais.

“Fechamos com dois novos parceiros, que não podemos divulgar ainda, para dar recursos. Fora isso, começamos a fazer marketing e abrimos uma Sofom [Sociedad Financiera de Objeto Múltiplo], que é similar a uma SCD, o que nos dá mais independência.”

Em agosto, a fintech lançou uma solução de crédito para financiar campanhas de marketing digital. O serviço funciona a partir da conexão das contas das empresas no Google Ads, Facebook Ads, Google Analytics e dados transacionais de faturamento do cliente em um único cadastro. A amortização do investimento, por sua vez, é realizada por meio da captação de uma porcentagem das vendas diárias.

“O módulo que estamos criando agora é que tentamos analisar a conversão e a efetividade que a empresa tem com campanhas de marketing digital, e qual a capacidade financeira para continuar com esses investimentos.”

Neste ano, a a55 viu o número de clientes saltar 77% em relação a 2019. O faturamento está crescendo 507% na comparação com o ano passado. Para 2021, a fintech planeja ter uma receita cerca de 600% maior, diz Wetter.

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