Cacau Crédito prevê R$ 350 milhões em operações e vai entrar em crédito pessoal

A Cacau Crédito, fintech de antecipação de recebíveis para micro, pequenas e médias empresas, está otimista para 2021. Neste início de ano, já captou cerca de R$ 12 milhões para o seu FIDC e até a metade do ano espera completar R$ 20 milhões, conforme a demanda. A empresa fechou 2020 com uma carteira de R$ 60 milhões e prevê atingir entre R$ 350 milhões e R$ 400 milhões em operações e, com isso, faturar R$ 10 milhões no ano.

Além do reforço no funding, a fintech vem ampliando o portfólio de produtos. No ano passado, conforme antecipou a Finsiders, lançou capital de giro. Agora vai começar a oferecer crédito pessoal neste mês, em parceria com uma outra fintech (nome não revelado), contam com exclusividade à Finsiders os sócio-fundadores, os irmãos João e Frederico Meinberg.

João e Frederico Meinberg, sócios-fundadores da Cacau Crédito (Crédito: Divulgação)
João e Frederico Meinberg, sócios-fundadores da Cacau Crédito (Crédito: Divulgação)

“Estamos bem otimistas porque o mercado de crédito voltou forte. Estamos começando testes de crédito pessoal porque temos um público grande de MEI. Queremos ser uma plataforma de crédito.”

Atualmente, o capital de giro é oferecido para empresários que já fazem antecipação de recebíveis pela plataforma, como forma de mitigar o risco desse tipo de operação. Isso porque a fintech reúne um conjunto de dados e o histórico dos clientes para decidir se aprova ou não a linha de capital de giro. “O score do giro é mais rigoroso”, definem.

A modalidade avançou e hoje representa entre 8% e 10% da carteira. Os valores liberados vão de R$ 1 mil a R$ 20 mil, com até quatro meses de prazo e taxas que variam de 2,5% a 6% ao mês.

No ano passado, após sofrer o impacto da pandemia — que levou boa parte dos clientes a fechar as portas –, a fintech precisou segurar a liberação de recursos. Tanto é que o volume operacionalizado em crédito caiu 60% em maio de 2020, e os números melhoraram entre julho e agosto. Mesmo com a crise, o saldo de 2020 foi positivo.

No ano, a Cacau somou 3.475 acessos à plataforma e, somente em janeiro de 2021, 300 novas contas foram abertas. Hoje, a fintech tem uma carteira ativa com 290 clientes, que trocam recebíveis todos os meses. As operações têm taxas líquidas mensais a partir de 1,3%, dependendo do risco apurado – o prazo para o desconto pode chegar a 38 dias.

A região Sudeste e os setores de comércio e transporte continuam concentrando o maior volume de operações (65%). São micro e pequenas empresas de serviços e indústrias, como mecânica de carro, farmácias, floriculturas. A fintech só não opera nos setores de metalurgia e distribuidores, contam os founders. “Estamos focados no micro, pequeno e médio empresário, incluindo MEIs. Não queremos concorrer com bancos e financeiras.”

Expansão

Questionados se vão levantar dinheiro com investidores e venture capital para expandir o negócio, eles dizem que estudam uma captação, mas com o objetivo de colocar o recurso no fundo e, assim, conseguir emprestar mais. “Não temos queima de caixa.”

Outro plano para este ano é unificar as empresas (Meinberg e Cacau), melhorando a experiência do cliente (empresas maiores) que hoje é atendido pela Meinberg. “Mas vamos devagar porque os volumes são maiores”, dizem.

No ano passado, a Cacau chegou a abrir um FIDC próprio com seu nome, atualmente em fase pré-operacional, conforme cadastro na CVM. Mas colocou em stand-by a captação com investidores para esse fundo, e está utilizando ainda o FIDC Meinberg, gerido pela Ouro Preto, como funding para as operações.