Com 'boom' das contas digitais, crescem os golpes e fraudes

Pesquisa da idwall identificou que 46,5% dos entrevistados sofreram golpes de clonagem de cartão nos últimos 12 meses

No momento em que golpes financeiros como phishing demandam bilhões em investimentos das empresas do setor, a segurança digital se tornou um ponto crucial para atrair potenciais consumidores.

Pesquisa que acaba de ser divulgada pela idwall, plataforma de verificação de identidade, gestão de riscos e onboarding digital, em parceria com a Cadarnn Consultoria, identificou que 46,5% dos entrevistados sofreram golpes de clonagem de cartão nos últimos 12 meses; 21,3% foram vítimas de golpes digitais (phishing, ransomware e roubo de informação); 20,7% de vazamento de dados; e 11,5% foram alvos de fraudes (como a abertura de conta por um terceiro).

“Com o aumento de golpes digitais, foi instaurado um novo estado de alerta sobre o que é compartilhado online e, com isso, as pessoas começaram a entender a importância da relação entre o fornecimento de dados e camadas de segurança e proteção”, analisa Rafael D’Ávila, Chief Revenue Officer da idwall.

Os métodos mais utilizados pelas empresas são aqueles que geram maior sensação de segurança na base de clientes. Os modelos de autenticação biométrica, como digital e selfie, são avaliados com uma segurança muito alta por 37,8% e 34,3%, respectivamente. Depois, surge a autenticação por íris, com 35,9% dizendo que a sua segurança é muito alta, e as senhas tradicionais, com 28,1%.

Entre as iniciativas de confirmação que mais aumentam a sensação de segurança, a biometria (íris, voz e face) é a principal delas para 78,2% dos usuários. Depois, está o uso de documentos, com 65,9%. Os tokens aparecem apenas na 3ª posição, com 63,3%, seguido das certificações digitais, que têm 63,2%, e as confirmações via email ou telefone, com 63,1%. Por último, há as assinaturas, com 59,9%.

Leia mais: Pela primeira vez, contas bancárias no Brasil passam de 1 bilhão

Outro levantamento recém-divulgado, este feito pela plataforma de prevenção à fraude AllowMe, mostra que, a cada dez contas digitais abertas no Brasil, duas são suspeitas de fraude. De acordo com o estudo, das mais de 1,3 milhão de transações de onboarding analisadas, 266 mil (20,1%) foram reprovadas após o acionamento de ferramentas de análise do dispositivo, combinadas à biometria facial.

Entre as razões para tais rejeições, estão a suspeita de hackeamento de dispositivo, suspeitas de adulteração durante a captura de selfies para a validação de identidade e solicitação de prova de vida e, ainda, pela incompatibilidade entre as fotografias tiradas e as vinculadas a determinado CPF.

Conforme a pesquisa da AllowMe, entre os golpes aplicados por criminosos na tentativa de burlar processos de cadastro junto a instituições financeiras e, em especial, ferramentas de biometria facial, estão a captação de uma imagem a partir de fotografias e vídeos já existentes ou mesmo a impressão de máscaras 2D, com abertura para olhos e bocas, o que permitiria ao fraudador atender a comandos de sorrir ou piscar exigidos como prova de vida por algumas plataformas.

Outro método utilizado por fraudadores para forjar a biometria é o chamado ‘spoofing’ — falsificação, em uma tradução livre do inglês. No contexto da internet, essa prática consiste na utilização de recursos para enganar sistemas, disfarçando endereços IP, geolocalização, e-mails, entre outras informações. Quando relacionado à biometria, a fraude se dá com a substituição de imagens capturadas de forma legítima pelo sistema por versões manipuladas — tudo digitalmente.

Confiança

Se o assunto segurança tem se tornado cada vez mais crucial, a confiança continua como um dos atributos fundamentais para o cliente escolher um banco. Conforme a pesquisa realizada pela idwall, há um equilíbrio entre neobanks e instituições tradicionais no ranking dos bancos mais confiáveis.

O Nubank mais uma vez lidera (25,3%), seguido por bancões como Caixa Econômica Federal (17,1%), Itaú Unibanco (17%), Banco do Brasil (12,5%) e Bradesco. b(7,7%), Inter (5,7%), PicPay (3,6%), Mercado Pago (2,7%) e C6 Bank (2,4%) completam o top 10.

De acordo com o relatório, isso indica “uma correlação direta e posicionando a “confiança” como um atributo mobilizador para acomodar os serviços mais utilizados pelos correntistas.”

Leia também:

Pela primeira vez, contas bancárias no Brasil passam de 1 bilhão

O papel do marketing no combate a golpes financeiros

‘Boom’ das fintechs: 2023 é um ano de consolidação do mercado

Seriam os bancos digitais as novas paletas mexicanas?