Conheça a fintech que recebeu investimento do J.P. Morgan

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FitBank, que tem uma plataforma de pagamentos white label, anunciou no mês passado um investimento estratégico do J.P. Morgan, primeiro aporte feito pelo banco americano em uma empresa de pagamentos na América Latina. Os recursos serão usados para ampliação do portfólio de produtos e expansão internacional da fintech.

O valor da operação não foi divulgado, mas o J.P. Morgan comprou uma fatia minoritária no negócio e terá uma cadeira no conselho de administração da startup que será ocupado por Renata Vilanova Lobo, diretora de pagamentos para clientes do atacado do banco americano. Ela se junta a nomes como Marcelo Maisonnave, ex-XP e sócio-fundador da Warren, e Alejandro Vollbrechthausen, ex-CEO do Goldman Sachs no Brasil.

Conversamos com os sócios-fundadores da startup, Otavio Farah e Rener Menezes, para saber quais os planos daqui em diante e como surgiu o negócio. Veja os principais destaques da entrevista.

Expansão

Otavio Farah, CEO: “O dinheiro [do J.P. Morgan] vai ajudar a consolidar a plataforma que estamos desenvolvendo. A ideia é ter um cardápio completo até o fim do ano. E a homologação no SPB [Sistema de Pagamentos Brasileiro] está para sair.”

Hoje, a fintech atende cerca de 100 empresas de 18 setores, incluindo bancos, fundos de investimento, varejistas, escritórios de contabilidade, postos de combustíveis, consultórios odontológicos. Por meio dos clientes, a tecnologia criada pelo FitBank consegue acessar mais de 30 milhões de pessoas. Por mês, a plataforma transaciona cerca de R$ 1 bilhão.

Farah: “Vamos iniciar um trabalho de internacionalização em 2021, começando com EUA, México, Argentina, Peru e Colômbia.”

Rener Menezes, Otavio Farah e Mauricio Zaragoza, fundadores do FitBank (Crédito: Divulgação)
Rener Menezes, Otavio Farah e Mauricio Zaragoza, fundadores do FitBank (Crédito: Divulgação)

Plataforma customizável

Criado em 2015, o FitBank é uma plataforma de gestão de pagamentos. Atua em um segmento que começa a ganhar popularidade no Brasil, o de banking as a service (BaaS), justamente pelo avanço das pautas regulatórias de open banking e pagamentos instantâneos. “Em 2015, a gente já estava construindo uma plataforma de open banking. Agora dá um mega conforto porque o negócio está bem estruturado”, diz Farah.

Atualmente com 120 funcionários e previsão de terminar o ano com 200, o FitBank oferece uma plataforma customizável, com funcionalidades como pagamento de contas, saque na Rede 24Horas, cartão pré-pago, entre outras soluções para empresas que querem dar aos clientes uma experiência de banco digital. “Tivemos tempo para montar uma plataforma robusta, parruda e escalável”, conta Farah.

Bagagem

O investimento feito pelo J.P. Morgan foi o terceiro recebido pela fintech. Em 2016, os ex-sócios da XP Marcelo Maisonnave, Eduardo Glitz e Pedro Englert aportaram os primeiros recursos. Dois anos depois, o FitBank captou a segunda rodada com João Chacha e Alejandro Vollbrechthausen, ex-executivos do Goldman Sachs, hoje integrantes do conselho da startup.

Otavio Farah foi responsável por desenvolver soluções de pagamento da Repom, empresa de gestão de fretes comprada pela francesa Edenred em 2012. Já Rener Menezes foi líder de tecnologia e sócio da WeFit, empresa que prestava serviços para a Repom. Juntos, começar a montar o FitBank entre 2014 e 2015.

Rener Menezes, CTO: “Fiquei os seis primeiros meses construindo a plataforma, criando as primeiras linhas de código, framework, e quais as tecnologias que seriam importantes.”