A maior parte da geração Z ainda não fez o seu primeiro Pix

Menos de 5% das transações com Pix são realizadas por usuários de até 19 anos, analisa Petrus Arruda, cofundador da fintech NG.Cash

Por Petrus Arruda*, para o Finsiders
Há dois anos os brasileiros lidavam pela primeira vez com o Pix e, neste curto espaço de tempo, nossa rotina já é inimaginável sem esse método de pagamentos. A forma de enviar e receber valores tornou-se muito mais simples, rápida e democrática, o que impulsionou não apenas o acesso da população aos serviços financeiros, mas também a competitividade no setor, o surgimento de novos modelos de negócios e novas funcionalidades.

De acordo com o Banco Central (BC), já são mais de R$ 2 bilhões mensais em transações com o Pix. Até o mês passado, mais de 130 milhões de pessoas físicas já tinham utilizado o Pix ao menos uma vez, movimentando cerca de R$ 14 trilhões. Em termos de adesão, é impressionante a velocidade que a nossa população adotou esse novo modo de pagamento, atingindo números muito superiores aos de outros países com funcionalidades parecidas.

Fonte: Banco Central

Aproveitando esse momento em que Pix completou dois anos, no mês de novembro, fiz uma análise sobre o produto e, ao olhar a adesão por faixa etária, foi interessante observar que menos de 5% das transações são realizadas por usuários de até 19 anos.

No Brasil, mais de 53 milhões de jovens têm menos de 18 anos — estimativa do IBGE de 2019 – e fazendo uma conta rápida é fácil observar que a maior parte da geração Z ainda não fez seu primeiro Pix.

Com a proximidade das festas de final de ano, vai ser interessante ver crianças e adolescentes trocarem o seu pedido tradicional de Natal, como um brinquedo, por um Pix na sua conta digital. Não vai existir mais aquele envelope com dinheiro. O Pix revolucionou até os presentes que o bom velhinho vai trazer neste Natal, por exemplo.

Com pessoas nascidas entre 1995 e 2010, a geração Z lida com dinheiro cada vez mais cedo e precisa de acesso a serviços financeiros que sejam pensados e projetados para jovens, oferecendo autonomia e educação financeira. Essa é a geração que vive a tecnologia desde o nascimento e quer agilidade. É o público ideal para aderir à ferramenta, mas que não se sente representado pelos produtos que o mercado atual oferece.

Petrus Arruda, COO e cofundador da NG.Cash. Foto: Divulgação/NG.Cash
Petrus Arruda, COO e cofundador da NG.Cash. Foto: Divulgação/NG.Cash

Essa é uma fatia da população que é atendida pela NG.Cash, aplicativo financeiro criado para a GenZ. Desde o lançamento em 2021, o Pix é uma das funcionalidades mais utilizadas pelos mais de 1 milhão de usuários. Acredito que é preciso olhar para essa geração com a devida atenção tanto em termos de adaptação de produto, para criar as funcionalidades que ela espera em um banco digital, quanto em relação ao seu potencial.

Aqui não estamos apenas nos comunicando com esse público da forma certa, como estamos encontrando as maneiras corretas para entregar serviços financeiros. Essa geração está começando sua vida economicamente ativa e só quem estiver preparado para atendê-la é que vai se destacar neste mercado com tantas opções, mas poucas que realmente estão criando algo diferente para esses jovens clientes. Em qual solução a GenZ vai confiar: a criada para os seus pais ou aquela desenhada a partir das suas próprias necessidades?

*Petrus Arruda é COO e cofundador da NG.Cash, carteira da nova geração. 

As opiniões neste espaço refletem a visão dos especialistas e executivos de mercado. O Finsiders não se responsabiliza pelas informações apresentadas pelo autor do texto.

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