Pix, BNPL e 'click to pay' devem crescer no e-commerce em 2023

Em dezembro de 2022, 91,5% das maiores lojas online aceitavam o Pix como método de pagamento, aponta a consultoria Gmattos

Sucesso nacional, o Pix vem tendo cada vez mais adesão pelo e-commerce brasileiro. Em dezembro de 2022, 91,5% das principais lojas online no país aceitavam o método de pagamento instantâneo — no início daquele ano, o patamar de aceitação era de 64,4%. Os dados constam de levantamento realizado pela consultoria Gmattos.

Conforme a análise, a tendência é que o Pix mantenha seu alto percentual de aceitação ao longo deste ano, inclusive com um número cada vez maior de lojas oferecendo benefícios e vantagens para quem optar por essa forma de pagamento.

Entre os benefícios ofertados pelos lojistas para o pagamento com Pix, foram observados descontos entre 1% e 20% no valor da compra, além de frete grátis em alguns estabelecimentos. Em dezembro, 33,3% dos e-commerces davam algum benefício — no mês anterior, eram 29,6%.

“Os motivos são o custo menor e a efetividade maior, na medida em que a conversão de pagamentos via Pix é muito superior aos seus concorrentes diretos nas modalidades à vista, os cartões de débito e os boletos”, analisou Gastão Mattos, cofundador e CEO da Gmattos, em nota.


BNPL, ‘click to pay’ e cashback

O estudo aponta também para o crescimento do ‘buy now, pay later’ (BNPL), modalidade de parcelamento com e sem juros, ou o bom e velho crediário na versão digital. Entre julho e dezembro de 2022, a aceitação do BNPL subiu 10,1 pontos percentuais, passando de 15,3% para 25,4%.

Mesmo com o avanço, o método de pagamento é considerado ainda “marginal na aceitação”, não tomando espaço do parcelamento sem juros no cartão de crédito. “Contudo, este crescimento aponta para uma provável confrontação destes parcelados em algum momento, no futuro”, cita o levantamento.

Fonte: Gmattos

Outra tendência para 2023, segundo o estudo, é o ‘click to pay’, modalidade em que o cliente paga as compras no e-commerce sem precisar digitar os dados de cartão, e as informações são tokenizadas. O movimento vem sendo liderado pelas bandeiras. A Mastercard, por exemplo, se prepara para ter essa solução implantada no primeiro trimestre deste ano, como disse recentemente Ana Karina Scarlato, vice-presidente de produtos.

Além da simplificação no check-out, outra vantagem projetada pelo mecanismo de ‘click to pay’, conforme a pesquisa da Gmattos, é a renovação automática do número do cartão, uma vez que o serviço está totalmente integrado ao ecossistema de pagamentos.

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O levantamento indica, ainda, que o foco dos lojistas para 2023 estará na conversão de carrinho. Nesse sentido, tende a ganhar relevância a venda por meio do app do emissor. Nesse modelo, o banco se associa a uma loja ou marketplace para ofertar produtos em seu ambiente. “A simplificação no pagamento é significativa, além de propiciar ao lojista a eliminação dos custos de prevenção à fraude e o risco de chargeback”, diz a análise.

Além disso, o cashback deve se estabelecer como ferramenta promocional neste ano. “Usando mecanismos próprios ou em parcerias com wallets, por exemplo, as lojas investem recursos que seriam usados em marketing (geração de tráfego) para gerar o desconto em nova compra do mesmo consumidor, em período de tempo definido”, diz o estudo.

Ranking

No ranking dos meios de pagamento aceitos pelo e-commerce brasileiro, o crédito segue líder, acompanhado por Pix e boleto. O primeiro colocado atingiu 100% de aceitação entre as lojstas pesquisadas em novembro, patamar mantido no mês seguinte. O famigerado boleto, por sua vez, se estabilizou com aceitação de 70% ao longo do ano.

Para Gastão Mattos, não é simples ameaçar o crédito em sua predominância nas compras parceladas, por se tratar de uma plataforma consolidada e com o diferencial da milhagem. “Tampouco o Pix Garantido, a ser lançado pelo Banco Central em data indefinida, deve ameaçar o volume transacional crescente no parcelado no cartão em 2023”, analisa o consultor. “Caso se confirme para este ano, o Pix Garantido precisará da adesão de emissores, não será compulsório como o Pix instantâneo e terá de superar a barreira de uma nova integração no check-out das lojas.”

A edição de dezembro do estudo de pagamentos da Gmattos analisou 59 lojas online de destaque no país, dos mais diversos segmentos, as quais, juntas, representam volume dominante no mercado brasileiro. As observações aconteceram na semana que antecedeu o Natal de 2022.

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