Na NG.Cash, fintech da geração Z, o Pix agora é 'real oficial'

A NG.Cash, carteira digital para a geração Z, está entrando na fase de operação plena como participante indireto do arranjo Pix

A NG.Cash — carteira digital voltada à geração Z — acaba de concluir o período de oferta restrita e está entrando na fase de operação plena como participante indireto do arranjo Pix. Em outras palavras, a fintech passa a ter autorização do Banco Central (BC) para disponibilizar a modalidade para toda a base de clientes — mais de 1 milhão de pessoas.

O processo de adesão ao sistema de pagamentos instantâneos ocorre em três etapas: cadastro, homologação e oferta restrita. Somente após o término bem-sucedido da última etapa é autorizada a operação plena do participante. É o que está acontecendo nesta segunda-feira (7) com a NG.Cash. A fintech passa a atuar como participante indireto conectado ao BTG Pactual que, por sua vez, é participante direto no Pix.

“Ser participante do arranjo Pix nos confere a possibilidade de consultarmos diretamente o SPI [Sistema de Pagamentos Instantâneos] e indiretamente o DICT [Diretório de Identificadores de Contas Transacionais]”, explica Petrus Ballhausen Arruda, cofundador e COO da NG.Cash, ao Finsiders. “Dessa forma, os usuários da NG.Cash agora podem cadastrar suas chaves personalizadas como as chaves CPF, e-mail e celular. Antes isso não era possível.”

Até então, a fintech operava por meio da modalidade “Pix merchant”, uma expressão usada pelo mercado para a terceirização que acontecia para a oferta de Pix na ponta e que não é mais permitida. As regras mudaram entre o fim do ano passado e o início de 2023, com a publicação das resoluções 269 e 293, em dezembro de 2022 e março deste ano, respectivamente. Hoje, qualquer companhia que queira oferecer conta transacional precisa, obrigatoriamente, ser participante do arranjo Pix de forma direta ou indireta.

Ou seja, a NG.Cash, assim como diversas fintechs, precisou se adaptar. “Com as novas resoluções, entramos então em um regime de transição estabelecido pelo BC para migrarmos nossa operação para a modalidade de participante indireto. Já estávamos em curso para realizar essa mudança, pois a experiência para os nossos clientes como participante indireto é muito superior à experiência do ‘Pix merchant’”, afirma Petrus.

Extensão do seed money

A liberação da experiência completa com o Pix ocorre um mês depois que a fintech fechou uma extensão da sua rodada seed. A empresa captou US$ 1,6 milhão, conforme informação publicada nas plataformas Crunchbase e Sling Hub. Assim, a NG.Cash soma US$ 11,6 milhões recebidos desde o início do negócio, em fevereiro de 2021.

A empresa funciona como uma IP não sujeita à autorização do BC por ainda não ter atingido o volume financeiro necessário para ter a licença como instituição regulada. Além do Pix, a carteira digital oferece pagamento de boletos, cartão pré-pago com função crédito internacional bandeira Mastercard e no mês passado passou a disponibilizar o serviço de negociação de criptomoedas, em parceria com a Parfin.

Unanimidade nacional

O meio de pagamento instantâneo criado pelo BC, por sua vez, conquista cada vez mais adeptos e é referência para outros países. No acumulado desde o lançamento, até 31 de junho, mais de 142 milhões de usuários pessoas físicas já realizaram transações via Pix. Ao todo, são mais de 435 milhões de contas e mais de 151 milhões de usuários (PF e PJ) cadastrados no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT). As chaves ultrapassam 637 milhões.

Atualmente, conforme as estatísticas disponíveis no site do BC, há mais de 800 instituições participantes do Pix — são 658 indiretos e 142 diretos. A lista é atualizada constantemente, visto que há mais de 70 instituições em processo de adesão ao arranjo.

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